Por Comissão Guarani Yvyrupa
Urgente!
A Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) vem a público manifestar indignação e repúdio e exigir justiça pelos graves ataques cometidos contra o povo Ava Guarani na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira, região oeste do Paraná.
Nos dias 23 e 24 de dezembro, as comunidades indígenas nas tekoha Y’hovy e Yvyju Avary, localizadas no município de Guaíra (PR), sofreram ataques violentos em represália às suas movimentações dentro do próprio território de ocupação tradicional, em exercício de uma característica cultural de mobilidade guarani, o “guata”.
Na tekoha Y’hovy, no dia 23 de dezembro, um grupo cercou as famílias, e, com rojões, foguetes e drones, permaneceu na área durante a tarde e parte da noite. A chegada da Polícia Federal (PF) dispersou o grupo, porém os agressores saíram do local prometendo retornar na manhã do dia seguinte, o que de fato ocorreu no domingo (24). Em diligências realizadas pela PF, foram encontradas cápsulas de munição de arma de fogo nas imediações da tekoha.
No mesmo dia 24, na parte da tarde, a tekoha Yvyju Avary sofreu um ataque com disparos, fogos de artifício e incêndio, encurralados por um grupo que disparava tiros contra as famílias, formadas por crianças, jovens e idosos. A incursão durou cerca de três a quatro horas, e causou a dispersão das famílias avá guarani, que fugiram para se refugiar na mata. Restaram os barracos, pertences e alimentos destruídos pelo fogo, e todos os seus animais domésticos mortos após serem torturados.
É importante destacar o ódio com que o povo Avá-Guarani é tratado nas cidades de Guaíra e Terra Roxa, onde, mesmo estando em seu território, são acusados de “invasores”, com amparo em narrativas que procuram criminalizar as comunidades indígenas em luta pela terra, bem como em uma suposta garantia de impunidade da qual produtores e proprietários rurais se valem para usar da violência contra aqueles que tradicionalmente vivem nesse territorio.
A CGY segue incansavelmente acionando os órgãos públicos competentes para a atuação urgente, rápida e eficaz, a fim de resguardar a vida e a integridade das comunidades, garantir a proteção territorial e ambiental da Terra Indígena e intervir para fazer cessar a violência na região.