26 de mar de 2025 | 13:03
Avá-Guarani apresentam carta à Itaipu Binacional e Estado brasileiro durante cerimônia de assinatura de acordo

Texto por: assessoria CGY

Foto: Ministério dos Povos Indígenas (MPI)

Construir a Usina em cima de nossa Itaipyte, e ainda usar o nome para batizar a usina, alagar as Sete Quedas e os nossos cemitérios foi um crime, uma violência sem precedentes, cuja indenização jamais deverá terminar com apenas estes iniciais 3.000 hectares de terras.”

No dia 24 de março de 2025, inaugurando o primeiro dia da Assembleia Geral da Comissão Guarani Yvyrupa, maior encontro de lideranças do povo Guarani, foi realizada cerimônia para assinatura de acordo parcial entre Itaipu Binacional, Estado brasileiro e Ava-Guarani, que visa amenizar as situações de vulnerabilidade territorial dos Ava-Guarani e pacificar conflitos violentos e ataques contra as comunidades indígenas no oeste do Paraná.

No STF está em julgamento  a Ação Cível Originária 3555, proposta pela PGR e participação das comunidades Ava-Guarani, que busca a condenação de todos os envolvidos no processo de expulsão e expropriação territorial perpetradas contra os indígenas da região, pleiteando que sejam reparados os danos sofridos pelas ações do Estado brasileiro e instalação da Usina de Itaipu, a referida ação foi encaminhada à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF-AGU).

Após dois anos de tratativas na via conciliatória conduzidas no âmbito da AGU, as partes acordaram em consolidar o primeiro passo concreto e inicial rumo à resolução do caso. A assinatura do acordo parcial, que tem por objeto a aquisição de 3 mil hectares de terra para os Avá-Guarani é um respiro após mais de 40 anos  de luta e denúncias incansáveis.

Ainda que o ato seja positivo, pois sinaliza  o reconhecimento  por Itaipu e Estado brasileiro dos crimes cometidos contra o povo  Avá-Guarani durante a ditadura, ainda faltam muitos passos a serem dados para que haja a verdadeira reparação integral.

O momento de leitura da carta foi emocionante, e seu texto destaca  o sofrimento e a dor a que os indígenas da região enfrentaram e que estão historicamente submetidos.

A carta ainda cobra a demarcação das terras indígenas Tekoha Guasu Okoy Jakutinga e Tekoha Guasu Guavirá, ambas com processo administrativo de regularização fundiária  em curso  na Funai.

Leia a notícia e a carta na íntegra: